terça-feira, 13 de março de 2012

Autópsia

Se fosse um psicólogo diria que ter de ficar quase 6 meses sem surfar com ondas boas a partir constantemente gera vários conflitos:
Nos primeiros tempos deixou-me completamente devastado e desorientado sem saber como lidar com uma situação destas e sem saber da melhor maneira para que ela passe o mais rápido possivel.
Assim que entrei na realidade tornou-se numa fase de negativismo extrema que acaba por atrair várias coisas más ao mesmo tempo e confesso que se tornou asfixiante e perturbador.
Quase dois meses mais tarde começo a poder movimentar-me e a poder sair de casa, aqui surgem novos interesses e atingi uma liberdade plena de querer compensar todo o tempo desperdiçado dentro de uma área de quatro paredes. Nesta fase começei a atingir a aceitação e abri novas portas na minha mente para que novos interesses surgissem. Este processo foi extremamente gratificante porque nunca imaginei vir a obter o mesmo prazer que tenho no mar noutros interesses, desta forma sentimo-nos mais ricos, completos e dinâmicos.
Posto isto, entro no presente, na fase pela qual me insiro passados 4 meses após o incidente. Considero uma fase difícil de compreender porque é semelhante á compactação dos dois processos anteriormente discritos. Quero com isto dizer que mesmo com a descoberta de novas áreas, apercebo-me que não há nada que possa ser substituído por algo que criei ao longo de 10 anos de prática, e foi este o amor á primeira onda...
Acaba por se tornar parte da origem do nosso carácter e do nosso bem-estar, como tal encontro-me remunerado por não estar com o corpo revestido de água salgada. Não vale a pena descrever esta sensação relativamente a uma forma de deslizar pura e suave, e quanto ao ambiente e ao estilo de vida que fazem parte deste ritual. Apenas quem pratica e quem ama compreende essa sensação.
Quebrar as regras está fora de questão! Se a meu ver uma das causas que originou este incidente foi a ganância e a precipitação, vou mostrar a mim próprio que aprendi com os erros e daqui para a frente tenho de controlar os riscos.

Encontrei para esta fase outra forma de canalizar o suor das minhas energias e a fazer de tudo para que possa regressar em forma e retirar logo desde o princípio o máximo partido possível do meu regresso, sem que a lesão nos separe.
Sinto-me disciplinado e com vontade de querer dar o melhor de mim próprio. Porque esta é a última alternativa que me resta e só assim irei conseguir superar este "trauma" e ficar de mente sã deste episódio da minha vida.
Desta forma tenho feito todos os dias sem excepção mas com alguma moderação, um trabalho de preparação física em ginásio, em piscina, entre outros.

Até la vou partilhando as outras vertentes e projectos que tenho vindo a desenvolver e que me têm ajudado a desconcentrar desta raiva. Por isso fiquem já com uma galeria de fotografias 100% analógicas da minha autoria


instagram by: António Fonseca


PEACE. bó

Sem comentários:

Enviar um comentário